sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Série "manual de sobrevivência"

Em consultas médicas

Verdade universal: toda consulta médica se atrasa. (Salvo, claro, se você se atrasar, porque aí atuará a famosa Lei de Murphy e, obviamente, você será chamada no horário exato e, como não estará presente, sua consulta será automaticamente transferida para o último horário do dia). Diante dessa verdade universal e irrefutável, é melhor você se preparar da melhor forma possível para viver essa experiência com o seu picurruxo. Portanto, a primeira regra do manual de sobrevivência de uma mãe em consultório médico é: leve pelo menos dois brinquedinhos para distrair o seu pequeno e muitos lenços umedecidos para limpá-los toda vez que ele os jogar no chão. Também é importante você preparar a sua coluna e desenvolver um olho seletor de coisas interessantes para bebês para você distrair o seu fofinho depois que ele se cansar dos brinquedos que você levou.

Aproveite a sala de espera para fazer amizade com outras mães, comparar o seu pequeno com todos os demais e constatar, mais uma vez, o que você já sabia desde sempre: o seu bebê é o mais lindinho, o mais engraçadinho e o mais saudável de todos do consultório.

Para a consulta propriamente dita, é importante:

  1. Contenha o seu desejo de vestir aquela roupinha linda, mas que é super difícil de tirar. Prefira uma roupa prática, que você consegue vestir e desvestir rapidamente. Você certamente terá que fazer isso ao mesmo tempo em que recebe as últimas instruções do médico e tenta distrair um bebê que já está bravo de tanto esperar pela consulta.
  2. Alimente o pequenino minutos antes de sair de casa e garanta que ele tenha uma autonomia de pelo menos duas horas, ou você terá que vestir e desvestir aquela roupinha linda, ao mesmo tempo em que se esforça para ouvir as instruções do médico apesar do berreiro do seu lindinho faminto.
  3. Leve, como sempre, uma muda de roupa extra e, pelo menos, duas fraldas limpas. Se o seu bebê for um menino, leve três fraldas. Os meninos adoram fazer um xixi extra na fralda limpa que você ainda nem terminou de vestir.
  4. É conveniente anotar tudo o que você quer perguntar. Depois de ficar horas na sala de espera gastando todo o seu repertório de brincadeiras, é bem provável que você se esqueça até do que foi fazer naquele lugar. Anote tudo e, quando o médico fizer menção de acabar a consulta, tire o papelzinho do bolso e cheque se tudo foi esclarecido. (Não se preocupe com o mico. É melhor um mico do que ter que esperar o próximo mês para esclarecer aquela dúvida urgente). Só não vale fazer como eu, que me esqueço até do papelzinho!...
No mais, é aproveitar! Apesar da espera, da briga para vestir e desvestir a roupinha e do xixi na fralda limpa, acho uma delícia as consultas médicas. É ótimo saber que todos os bebês têm choros inexplicáveis e dias de mau humor, e que, afinal, nem tudo é culpa da mãe!

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Série "de mãe para mãe"

Comprar ou não comprar – a novela do enxoval (enfim, última parte)

 Encerrando a novela do enxoval, vamos, agora, aos itens de higiene e passeio e, claro, algumas coisinhas para você:

Para a higiene você certamente precisará de creme para prevenção de assaduras, álcool absoluto, gaze e sabonete neutro. Entretanto, é melhor você esperar a receita do pediatra para comprar esses itens. Atenda sua vontade louca de consumo com os seguintes itens:
 
- cotonetes
- escova e pente
- algodão
- kit manicure, com tesourinha com pontas arredondadas, cortador minúsculo e lixa (que é inútil, mas bonitinha)
- kit higiene (ver glossário)
- lenços umedecidos: apenas um pacote, para ser usado nos passeios. Não é legal usar lenços umedecidos todos os dias, especialmente em bebês novinhos.
- banheira: faça questão do suporte. Ninguém merece dar banho no bebê no chão ou no colchão. Algum modelos vêem até com um trocador embutido, que pode ser útil nos primeiros dias, já que você poderá tirar e colocar a roupinha do bebê já dentro do banheiro, mas definitivamente não é essencial. A banheira do Nícolas tem só o suporte mesmo e acho que é suficiente.

Para os passeios você precisará do bebê conforto, que é aquela cadeirinha que fica presa no carro, e do carrinho. Alguns modelos de carrinho já vêem com o bebê conforto, o que parece muito útil à primeira vista, mas, no meu caso, se mostrou inútil. Nunca acoplei o bebê conforto do Nícolas ao carrinho; achei muito trabalhoso todo o procedimento e quando começamos a sair com mais freqüência o Nícolas já conseguia ficar direto no carrinho, sem problemas.
Algumas observações sobre o carrinho são importantes. Você encontrará modelos de todos os preços. Não precisa comprar o mais caro, mas, assim como o berço, não vale a pena economizar no investimento. É item muito útil e que é usado por muito tempo.
É bom que seja um modelo versátil, com várias alturas do encosto e que seja fácil de empurrar. Acho importante ter o cabo reversível, de forma que você possa empurrar o carrinho de frente para o seu pequeno e que seja possível tirar a mesinha que fica em frente (quando os bebês são pequenos elas tampam a visão deles). O carrinho do Nícolas é bem versátil, tem o cabo reversível e tira a mesinha, mas às vezes é bem chato de empurrar e, mesmo dobrado quase não cabe no porta-malas do meu carro. Já vi outros modelos que são ótimos para empurrar, fáceis de abrir e fechar, mas que não têm as facilidades que o do Nícolas tem. Ou seja, não sei se existe um “modelo ideal”, mas vale a pena procurar e, se encontrar, pagar caro por ele. 
Você precisará, também, de uma bolsa para passeio com um trocador portátil. (Se a bolsa já não vier com o trocador, compre um avulso). O Nícolas tem apenas uma bolsa grande, que fica constantemente semi-pronta, com fraldas descartáveis, lenços umedecidos, um cueiro e uma fralda de pano, mas já vi mães que têm duas – uma menor, para passeios curtos e outra maior, para passeios longos. Vai de cada mãe. O importante é: nunca saia de casa sem ela! Eu fiz isso, uma vez, na primeira semana de vida do Nícolas. Precisamos ir ao banco de leite e eu simplesmente peguei o meu pequeno e fui. Entrei em pânico quando chegamos lá e o Fabrício perguntou o que faríamos se fosse inevitável uma troca de fraldas. Por sorte não foi preciso, mas aprendi a lição.

Para você, compre:

- 3 Sutiãs de amamentação
- 2 pijamas com abertura na frente (precisar, não precisa, mas você vai ficar feliz de ficar apresentável na maternidade)
- Cinta ou calçolas ou ambos. Para quem faz cesariana a cinta, embora desconfortável, traz algum conforto (dá pra entender? Mas é isso mesmo). As calçolas, aquelas de vovó, também trazem algum conforto nos primeiros dias.
- Muitos e muitos absorventes. Você vai mestruar, em 10 dias, tudo o que não mestruou em nove meses. Acho que é vingança da natureza...

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Mães corujas e (bah!) normas de etiqueta

Pergunta padrão de vizinho educado no elevador:
- Olá, como vai?
Resposta padrão de mãe coruja:
- Tudo ótimo! Nícolas está cada dia mais engraçadinho. Sabe que agora já consegue se virar sozinho?
No consultório médico a conversa se repete. Primeiro, com a secretária:
- E o bebê? Como está?
- Ah! Já está grande! Hoje conseguiu se virar sozinho pela primeira vez. Uma fofura!
Depois, com a médica que, educadamente, pergunta pelo pequeno que ela ajudou a nascer. Resposta:
- O pequeno já está grande! Hoje cheguei para pegá-lo no berço e ele estava lá, de barriguinha pra baixo! Conseguiu se virar sozinho, você acredita?!
Ainda tive ânsias de contar a novidade pra moça grávida que aguardava a consulta ao meu lado, mas achei prudente ficar quieta tendo em vista a cara de quem não quer fazer novos amigos.
Quando chego em casa leio na revista algumas “normas de etiqueta e bom senso para mães” e, entre elas, está não sair contando as gracinhas do filho para qualquer um porque as outras pessoas podem não estar interessadas. Normas de etiqueta... Bom senso! Bah! A norma devia ser para quem escuta que deve, necessariamente, fingir interesse e, se tiver tempo, até fazer algumas perguntas para que a mãe tenha oportunidade de falar mais.
É por causa de “normas” como esta que toda mãe precisa ter um blog onde possa expressar livremente sua corujice.
Alías, vocês sabiam que o Nícolas hoje, pela primeira vez, conseguiu se virar sozinho? Coloquei-o no berço de barriguinha pra cima e, quando voltei, ele estava lá, de barriguinha pra baixo, já tentando engatinhar! Muito espertinho esse menino... E o melhor: aconteceu às 13:00hs! Ou seja, mesmo se fosse quinta essa eu não perderia!

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Mães mutantes

Ando meio sem inspiração... Triste, até. Um pensamento me persegue: hoje já é terça-feira, amanhã é quarta e depois, inevitavelmente, será quinta-feira, o dia fatídico em que terei que retornar ao trabalho. As horas se tornaram minhas inimigas. Um sorriso sapeca às 15:00hs e logo penso que, se fosse quinta, eu iria perder... Uma careta engraçada e não demoro a olhar o relógio: “8:30hs! Ufa! Essa eu não perderia!”.

O ideal seria que as mães fossem seres mutantes, com poderes para estar em dois lugares ao mesmo tempo. Imaginem só: enquanto a mãe-que-trabalha vive os desafios da profissão, troca uma idéia com o colega de trabalho, conversa abobrinha no cafezinho, a mãe-que-fica-em-casa aproveita cada sorriso, sabe exatamente quanto de papinha o pequeno comeu, qual foi a brincadeira favorita do dia. À noite as duas se encontram, para trocar figurinhas, compartilhar as alegrias e lamúrias do dia. Mãe-maravilha com super poderes de verdade. Não seria o máximo?

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Série "de mãe para mãe"

Comprar ou não comprar – a novela do enxoval (Parte IV)

Continuando minha lista comentada de enxoval para bebê, vamos para os itens do enxoval propriamente dito.

A lista leva em consideração apenas os três primeiros meses e, ainda, que você vai lavar as roupas do bebê quase todos os dias. Se você pretender lavar a roupa apenas uma vez por semana pode triplicar as quantidades:

Vamos lá:

- bodies, muitos bodies: já tive oportunidade de manifestar aqui o meu amor pelos bodies. Para mim é o item mais útil no enxoval. Se o seu bebê for nascer no verão, sugiro comprar 4 de manga curta e 3 de manga longa. Se for nascer no inverno, faça o contrário. Compre no tamanho P (indicado para a idade de 1 a 3 meses). Além desses, você pode comprar mais 2 ou 3 tamanho RN para o seu bebê usar no primeiro mês e ficar mais bonitinho. Você poderá também comprar mais uns 3 básicos, sem estampa, branco ou bege, para colocar por baixo dos macacões. Atenção com os tamanhos, que não são padronizados, dificultando muito a nossa vida. Compare os tamanhos de uma e outra marca, use o bom senso e vai dar tudo certo.

- mijão: pode comprar 6, tamanho P, de diversas cores, para fazer par com os bodies. Não compre com pés, que logo ficam pequenos; no máximo compre aqueles que “se transformam” em pés (pergunte nas lojas e as vendedoras vão te mostrar como é). Se o seu bebê for nascer no verão você pode comprar também shortinhos, que são fofos!

- macacão com manga e pés, de plush ou lã: se o seu bebê for nascer no inverno, pode comprar 4. Se for no verão, compre 2 ou 3 que já serão mais do que suficientes.

- macacão de malha, sem manga: a regra é o contrário. Se o seu bebê for nascer no inverno, compre apenas 2; se for no verão, compre 4.

- casaquinho: Mais uma vez, vale a estação do mês do nascimento. Se for inverno, compre 2; se for verão, apenas 1.

- gorros e luvas: Pode comprar 2 kits, independente da estação. Mesmo os bebês nascidos no inverno usam muito pouco, já que é necessário só para sair de casa.

- meias: pode comprar 4 pares, mas de boa qualidade. As meias baratas ficam saindo do pé toda hora.

- mantas: 2 é suficiente. Uma mais grossa e outra mais fina. Você pode comprar também uma daquelas bordadas, bem bonitas, para o pequeno sair da maternidade.

- cueiros: sugiro ter 3 ou, se for demais para sua modernidade, apenas 2.

- cobertor: se o seu bebê for nascer no inverno, vale a pena ter 1, para os dias mais frios.

- roupa de cama para berço: não é preciso ter o kit completo, já que o bebê não dorme de travesseiro. Basta ter 3 lençóis, com elástico, que você pode comprar avulso.

- toalhas: 3 toalhas-fralda são suficientes.

- fraldas de pano: 1 dúzia. Elas têm mil e uma utilidades. Você usará para enxugar o bumbum do bebê nas trocas de fralda, na hora de amamentar, para tampar o sol em um passeio, etc.

- fraldas descartáveis: Nos primeiros três meses você usará, em média, 8 fraldas por dia. Compre 1 pacote RN e 2 ou 3 tamanho P, para começar. Acho bobagem fazer estoque de fraldas, elas ocupam muito espaço e sempre tem ótimas promoções nos supermercados. Mas, se você for fazer aquele famoso Chá de Fraldas, peça o tamanho M, que é o que você usará mais tempo. Compre marcas conhecidas, como Pampers, Jonhson ou Turma da Mônica. Com o tempo você terá a sua marca favorita ou será como eu, que gosta de variar (depois de 1 pacote eu já estou enjoada daquele modelo de fralda!)

Continua...

Próximo capítulo: itens de higiene e coisas para você

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Mau humor

Tem dias em que o Nícolas acorda de mau humor. Talvez seja alguma dor de barriga, ou de ouvido, ou de cabeça ou simples mau humor mesmo, mas o fato é que tem dias em que nada está bom para ele. Qualquer brincadeira não dura mais do que 5 minutos e ele passa o dia choramingando. É exaustivo!
Hoje foi um desses dias. Percebi que a coisa não ia bem logo no primeiro contato. Ao invés do habitual sorriso em resposta ao meu “bom dia” recebi foi uma resmungada, com o pé ainda na boca. “Bom dia, dia!”, “Bom dia, sol”, uma imitação engraçada de sapo e consegui, enfim, o meu primeiro sorriso, ainda que de má vontade. Como sempre acontece nesses dias, houve choro na hora do banho e briga para vestir roupa. Não teve vaquinha, passarinho ou pato que resolvesse o problema. Lá pelas três horas, quando eu já tinha esgotado todo o meu repertório de brincadeiras, músicas e imitações e ainda tinha nos braços um bebê resmungão, resolvi adotar a medida extrema para esses dias: um passeio, em qualquer lugar! No caso, o supermercado, já que eu tinha esquecido de comprar yogurte na minha última ida. Boa desculpa para sair de casa.
No meu desespero, peguei o Nícolas e a bolsa e saí do jeitinho que estava – vestido já gasto de tanto uso, todo babado e amassado da labuta do dia, chinelo, cabelo preso com uma piranha. Só tive noção da minha situação deplorável quando me olhei no espelho do elevador, mas já era tarde para um retorno. Toca para o supermercado assim mesmo!
Lá chegando tive que atestar a tese de que as mulheres, de fato, são atraídas por homens que as desprezam, porque o Nícolas, com toda a cara de aborrecido, nunca foi tão assediado por mocinhas simpáticas e senhoras bondosas. Todas vinham falar com ele e recebiam, em troca, um olhar superior (quem é você que ousa falar comigo?), quando não um beicinho de choro. 
Tudo bem. Comprei meu yogurte, alguns outros itens de que não precisava, mas “já que estava ali...” e segui para o caixa, onde tive que passar a vergonha de constatar que, na pressa e sufoco para sair de casa eu tinha esquecido os cartões de crédito e o dinheiro na carteira não era suficiente para pagar o meu yogurte e os demais itens inúteis que resolvi comprar. Necessário cancelar a compra. Imaginando o tempo que teria que esperar até que o gerente viesse ao caixa para desfazer o mal feito, a moça simpática que vinha logo atrás resolveu perguntar quanto faltava para eu conseguir pagar as compras. Cata nota amassada no fundo da bolsa, cata moeda escondida e... falta apenas R$ 1,00, respondi. A moça simpática se ofereceu para pagar e eu fui embora, com o meu bebê mau humorado, meu yogurte e demais itens inúteis, tudo devidamente pago graças à caridade alheia.
No caminho de volta ainda tive ânimo para conversar com o Nícolas sobre a necessidade de combater o mau humor e cultivar a simpatia, afinal, as moças simpáticas e as senhoras bondosas mereciam pelo menos um sorriso...
Estou preocupada... Acho que estou me revelando uma mãe chata. Saio de casa feito louca, não tenho dinheiro para pagar as compras, mas não perco a oportunidade para uma lição de moral! Ainda que seja em um bebê de 4 meses...

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Série "de mãe para mãe"

Comprar ou não comprar – a novela do enxoval (Parte III)

Para finalizar o assunto da novela do enxoval ouso fazer uma sugestão de lista, devidamente comentada, para as mães de primeira viagem (acho brega a expressão “mães de primeira viagem”, mas não consigo pensar em outra!).
É claro que, como já disse antes, nenhuma lista é universal e serve para todos os bebês e mães. Essa seria a lista ideal para mim e para o Nícolas e a que eu arriscaria para um segundo filho.
Começo com o quarto:
No quarto do seu pequeno você terá, necessariamente, que ter:
- Berço: é óbvio! O pediatra do Nícolas acha que aquele sistema anti-refluxo que alguns berços têm (coloca o estrado do colchão mais alto em um dos lados) ajuda no caso de bebês que têm refluxo. O berço do Nícolas tem esse sistema, mas ele não teve refluxo, então eu não sei se realmente ajuda. Pelo sim, pelo não, acho que vale a pena investir em um berço com esse acessório (dependendo do berço nem tem diferença de preço!). Também é importante ver se a pintura do berço é atóxica (parece que, com certa idade, alguns bebês resolvem morder a grade...), se a distância entre as grades não é tão grande que o bebê consiga colocar a cabeça, quantos níveis o estrado do colchão desce... Itens de segurança, em geral. Enfim, considerando que o berço é o item mais importante do quarto e que o seu bebê vai usar até mais ou menos os dois anos, acho que compensa comprar um bom berço, de boa marca. O mesmo vale para o colchão que, normalmente, você compra junto com o berço.

- Cômoda: mesmo se você já tiver um bom armário no quarto acho que a cômoda é importante. Ela serve também como trocador e ajuda a organizar as coisas de forma que você tenha tudo à mão na hora de trocar a fralda ou vestir o bebê. É importante que, próximo à cômoda ou nela mesmo, você tenha um lugar para colocar as roupas sujas, outro para deixar fraldas limpas, um lixo para jogar as sujas, um espaço para o kit higiene. Nas revistas de decoração de quartos de bebês há várias soluções para isso. Qualquer uma delas é válida. O importante, muito importante mesmo, é você ter tudo à mão quando precisar.

- Poltrona para amamentar: para mim, é fundamental. É um lugar confortável para dar de mamar. Bom para você e para o bebê, que fica mais tranqüilo quando amamentado sempre no mesmo lugar.

- Mesinha de apoio: completa a poltrona de amamentar. É onde você pode deixar uma garrafinha de água, um livro ou revista para ler, bloquinho de anotação, etc.

- Dimmer (aquele sistema que controla a intensidade da luz) ou abajur: você não vai querer ligar a luz na cara do seu pequeno quando tiver que amamentá-lo à noite.

- Kit berço: ajuda na decoração, protege o berço e já vem com a almofada do trocador, que essencial.

- Mosquiteiro ou cortinado (especialmente se o seu bebê for nascer no verão): Recusei-me a comprar para o Nícolas porque acho brega e não combinava com a decoração do quarto, mas quando chegou o verão e ele começou a amanhecer com as bochechas com pintinhas vermelhas não tive como negar a necessidade desse item.

- Estante com brinquedos, papel de parede, quadro com fotos, itens de decoração em geral: acho importante o quarto do bebê ser um lugar agradável e alegre. Um móbile no berço é bonitinho e útil. Acho que é uma boa idéia. Atenção para não se empolgar demais, principalmente com as cores. Parece que os bebês pequenos ficam agitados com excesso de estímulo.

No quarto do Nícolas tem apenas esses itens e acho que foi o suficiente. Mas, se no quarto do seu bebê tiver espaço para uma cama auxiliar, chamada cama de babá, acho que vale a pena ter uma. Ela pode servir para acomodar alguma visita que te faz companhia enquanto você amamenta ou troca a fralda ou, eventualmente, como cama de babá mesmo, se essa for dormir na sua casa.

Cenas do próximo capítulo: itens essenciais do enxoval propriamente dito.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

A primeira papinha

A primeira papinha do Nícolas foi um encantamento só:
O pequeno encantado com a descoberta daquela coisa alaranjada, meio pastosa e docinha que a mamãe colocava em sua boca, a babá encantada com a máquina digital, tirando fotos sem parar e eu encantada com a felicidade que é dar a primeira papinha ao filho.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Bom e ruim

Amamentar é bom e ruim ao mesmo tempo. E o pior: pelas mesmas razões.
É bom porque é um prolongamento da gestação, uma espécie de cordão umbilical invisível que permite que você continue ligada ao seu bebê; é ruim porque é um prolongamento da gestação e você já está cansada de cuidar da alimentação e evitar bebidas alcoólicas, doces e frituras.
É bom porque você pode, sozinha, suprir todas as necessidades nutricionais do seu pequeno; e é ruim porque só você pode suprir todas as necessidades nutricionais do seu pequeno.
É bom porque você mesma é a mamadeira do seu filho, com leite na temperatura ideal e pronto para o consumo; é ruim porque você mesma é a mamadeira do seu filho e, nem sempre você está disposta a ser mamadeira.
É bom porque você pode resolver quase todos os problemas de choro com um simples levantar da blusa; e é ruim porque todos vão querer que você resolva todos os problemas de choro levantando a blusa.
É por essas e por outras que eu achei bom e ruim quando saímos ontem, do pediatra, com instruções sobre como introduzir papinhas e frutinhas na alimentação do Nícolas.
É bom porque significa o início da independência do Nícolas e a volta da minha liberdade e ruim porque... quem disse que queremos independência e liberdade?

Mães e compras

No que se referem às compras as mães podem ser classificadas em três tipos:
O tipo mais difícil de encontrar é a “mãe-amélia”. Primeiro, porque elas estão em extinção e, depois, porque elas simplesmente não fazem compras. Ficam em casa, vestidas de moletom e blusa de malha, quase sempre do marido, cuidando de suas crias. Contentam-se em comprar um ou dois batons da Avon, vendidos pela vizinha enxerida. Esse é, certamente, o tipo mais econômico e, também, o mais “descharmoso”, como diria minha vovó Carminha.
Mas existe o tipo “mãe-dondoca”. Essas podemos ver nos corredores do Shopping. Em geral são loiras e andam de salto alto e bolsa Louis Viton, seguidas por uma mocinha de uniforme branco, carregando o seu pequeno impecavelmente vestido de Lilica Ripilica. Essas são, inevitavelmente, umas chatas.
Por fim, existem aquelas que você encontra, normalmente, no estacionamento do Shopping, carregando o bebê em um braço, sua própria bolsa e a bolsa do pequenino no outro, tentando equilibrar as sacolas de compra, ao mesmo tempo em que procuram a chave do carro. É o tipo “mãe-maravilha”. Sempre quis ser uma dessas. Acho o máximo aquele ar de mãe-meio-atrapalhada-mas-moderna-e-independente.
Essa semana aconteceu. Consegui encontrar a chave do carro, apesar das sacolas, das bolsas, do Nícolas, coloquei tudo no porta-malas, menos o Nícolas, que instalei confortavelmente em sua cadeirinha e saí dirigindo, orgulhosa de mim mesma, feliz da vida por, enfim, ser uma “mãe-maravilha”.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Série "esse não é meu"

O post de hoje não é meu. E também não é sobre mãe, mas sobre pai. Mas eu achei tão bonitinho que resolvi colocar aqui.
Dedico ao meu papix, que já passou por isso duas vezes e se prepara para mais duas!!
Conversa de pai e filha
Antonio Maria
- Pai, eu tenho um namorado.
Pai que houve isso da filha mocinha, pela primeira vez, sente uma dor muito grande. Todo sangue lhe sobe à cabeça, e o chão do mundo roda sob seus pés. Ele pensava, até então, que só a filha dos outros tinha namorado. A sua tem, também. Um namorado presunçosamente homem, sem coração e sem ternura. Um rapazola, banal, que dominará sua filha. Que a beijará no cinema e lhe sentirá o corpo, no enleio da dança. Que lhe fará ciúmes de lágrimas e revolta; pior ainda, de submissão, enganando-a com outras mocinhas. Que, quando sentir os seus ciúmes, com toda certeza, lhe dirá o nome feio e, possivelmente, lhe torcerá o braço. E ela chorará, porque o braço lhe doerá. Mas ela o perdoará no mesmo momento ou, quem sabe, não chegará, sequer, a odiá-lo. E lhe dirá, com o braço doendo ainda: “Gosto de você, mais que de tudo, só de você.” Mais que de tudo e mais que dele, o pai, que nunca lhe torceu o braço. Só de você é não gostar dele, o pai. E pensará, o pai, que esse porcaria de rapaz fará a filha mocinha beber whisky, e ela, que é mocinha, ficará tonta, com o estômago às voltas. Mas terá que sorrir. E tudo o que conseguir dela será, somente, para contar aos amigos, com quem permuta gabolices sobre suas namoradas. Ah! O pai se toma de imensa vontade de abraçar-se à filha mocinha e pedir-lhe que não seja de ninguém. De abraçá-la e rogar a Deus que os mate, os dois, assim, abraçados, ali mesmo, antes que torça o bracinho da filha. Como é absurda e egoisticamente irracional amor de pai! Mais que ódio de fera. Ele sabe disso e se sente um coitado. Embora sem evitar que todos esses medos, iras e zelos passem por sua cabeça, tem que saber que sua filha é igual à filha dos outros; e, como filha dos outros, será beijada na boca. Ele, o pai, beijou a filha dos outros. Disse-lhe, com ciúme, o nome feio. E torceu-lhe o braço, até doer. Nunca pensou que sua namorada fosse filha de ninguém. Ele, o pai, humanamente lamentável, lamentavelmente humano. Ele, o pai, tem, agora, que olhar a filha com o maior de todos os carinhos e sorrir-lhe um sorriso completo de bem-querer, para que ela, em nenhum momento, sinta que está sendo perdoada. Protegida, sim. Amada, muito mais. E, quando ela repetir que tem um namorado, dizer-lhe apenas:
- Queira bem a ele, minha filha
Obs – Essa e outras 99 crônicas ótimas estão no livro “As 100 melhores crônicas brasileiras”. É um livro que vale a pena ter para as horas de mamadas, para relaxar antes de dormir, para curtir no fim de semana..

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Série "as 10 mais"

As 10 coisas que uma mãe recente não pode viver sem:
  1. Corretivo para tampar as olheiras - sim, porque mesmo os bebês mais bonzinhos do mundo, que desde os 2 meses dormem uma noite inteira, de vez em quando têm recaídas e resolvem passar uma noite em claro. Além disso, é preciso esclarecer às mães mais iludidas que quando falamos que um bebê dormiu a noite inteira significa que a última mamada foi à meia noite e a próxima será às 6:00hs. Ou seja, pode acreditar, você vai precisar de corretivo!
  2. Protetor de seios – até que a lei da oferta e da procura esteja plenamente estabelecida muito leite vai vazar. Às vezes em situações nem um pouco propícias como na fila do banco ou aguardando o atendimento em uma loja. Assim, se você não quiser acrescentar à estampa da sua blusa duas bolas molhadas é melhor estar prevenida e usar logo os protetores.
  3. Balança. Tudo bem se você não está emagrecendo nem mais uma grama apesar de toda aquela conversa de que amamentar consome muitas calorias, etc, mas engordar também já é demais! É melhor ficar de olho na balança.
  4. Bolacha água e sal, barra de cereal ou fruta – esse item tem haver com a balança. É que amamentar dá fome e se você não tiver nada light para comer entre as refeições vai acabar atacando o bombom e aí...
  5. Celular – se você resolver dar uma escapada de casa entre uma mamada e outra pode ser chamada de volta a qualquer momento no caso de uma fome emergencial do seu pequeno e, se você não for chamada, pode ligar para saber se está tudo bem mesmo
  6. Livros, revistas, coisas pra ler – você vai amamentar o seu bebê de oito a dez vezes por dia. Cada mamada dura entre 20 minutos e meia hora (dependendo do bebê até mais tempo do que isso), o que quer dizer que você passará mais ou menos 4 horas por dia presa à sua confortável poltrona de amamentação apenas segurando um bebê faminto. É melhor você ter algo para ocupar a mente ou vai acabar achando tudo muito aborrecido.
  7. Relógio digital – embora você não tenha rotina, sua vida vai girar em torno do relógio. Hora da próxima mamada, quantos minutos mamou, quando foi a última troca de fralda, quanto tempo estamos esperando ele arrotar, etc. Ou seja, um relógio digital à mão é item muito útil.
  8. Bloquinho de anotações e caneta – para você anotar quando foi a última mamada, quantos cocos o pequeno fez no dia (pode apostar que o pediatra dele vai lhe fazer essa pergunta!) ou idéias malucas que você teve para escrever no blog.
  9. Garrafinha de água – amamentar também dá sede. E é bom, porque quanto mais água você bebe mais leite produz e mais satisfeito o seu pequeno fica. Portanto, tenha sempre uma garrafinha cheia de água à mão, especialmente próxima à sua poltrona de amamentar.
  10. Fotos do seu pequeno – todos que sabem que você é uma mãe recente vão querer ver uma foto do seu pequenino ou, mesmo se eles não estiverem interessados em ver, você estará interessada em mostrar. Você pode guardar uma foto miniatura na carteira ou fazer como uma mãe que conheço, que deixa logo um álbum inteiro da sua menininha na bolsa. O importante é não perder a deixa sempre que alguém perguntar como anda o seu picurruxo.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Pai não é mãe

Pai não é mãe. Li esta frase, outro dia, em um artigo de revista que advertia as jovens mães sobre essa confusão muito comum. De fato, percebi logo que há notável diferença entre pais e mães. Aqui em casa quem se preocupa se o Nicolas está respirando direitinho quando ele dorme mais tempo do que o normal sou só eu. Também sou eu quem escuta qualquer murmúrio à noite e levanta para ver se está tudo bem. Se me afasto do Nicolas por uma ou duas horas volto pra casa correndo e a primeira coisa que faço é pega-lo no colo. O Fabrício chega do trabalho e, serenamente, deixa suas coisas na mesa, vai ao banheiro lavar as mãos e, só então, se agarra ao pequenino. Eu brinco de imitar bichos, faço mamãe beijoqueira ou carrapatinho. O Fabrício brinca de avião que, inevitalvelmente, termina fazendo um pouso forçado no meio das almofadas, provocando gargalhadas no pequeno Nícolas. Somos, de fato, diferentes no jeito de cuidar e até de amar. Ambos igualmente importantes.
Mas nunca vou me esquecer do dia em que levamos o Nicolas para fazer o teste do pezinho. Ele tinha apenas 4 ou 5 dias e parecia tão frágil! Assim como nós, que estávamos recém descobrindo as emoções de sermos pais. Como quem não se importa com nada disso a enfermeira do laboratório fez um furo no pé do nosso pequeno e, desajeitadamente, espremeu o sangue nos papéis para o exame. Depois, tentou tampar o furo com um band-aid, mas o sangue não parava de jorrar e o Nicolas não parava de chorar. Alguns minutos depois ela conseguiu, enfim, encerrar o procedimento e eu fiquei ali, no rol de entrada do laboratório, com o coração apertado, tentando consolar aquele serzinho que chorava desesperadamente, enquanto o Fabrício foi buscar o carro. Ele deveria estacionar o carro na porta do laboratório, me ajudar a entrar e, então, iríamos pra casa com o nosso pequeno. O que vi, entretanto, foi um leão entrando pela porta minutos depois, perguntando o nome da enfermeira que tinha nos atendido. Ele estava certo de que a moça não tinha realizado o procedimento de forma correta e, certamente, não pensou quando deixou o carro no meio da rua apenas para saber o nome da pessoa que tinha causado sofrimento desnecessário ao nosso filho. Regina era o nome dela. Nunca mais a vimos e nunca mais falamos sobre o assunto, mas a experiência ficou marcada para mim. De fato, pai não é mãe, mas que às vezes parece, parece.