terça-feira, 12 de agosto de 2008

Carta ao meu pequeno Nícolas

Meu querido filho,

Mamãe e papai estão muito felizes, porque a nossa família vai crescer e você ganhará um irmãozinho, ou irmãzinha.
Você certamente é muito pequeno para entender o que isso significa, mas não demorará muito a descobrir as alegrias de se ter um (a) irmão (a).
Talvez, no começo, sinta um pouco de ciúmes, talvez fique bravo com aquele (a) pequenino (a) que rouba tempo da mamãe, que divide as atenções do papai. Mas você logo compreenderá que o coração da mamãe é gigante, (maior até do que um elefante!) e que nele cabe infinito amor por você e outro infinito por seu (a) irmão (a). E que também o papai tem um coração maior que um campo de futebol, com espaço para todos nós. E rapidamente você também sentirá nascer, no seu coraçãozinho de criança, um enorme amor de irmão.
E esse (a) irmão (a), que primeiro será pequeno, logo ocupará um grande espaço da sua vida. Logo será o (a) seu (a) mais precioso (a) amigo (a), com quem você compartilhará as venturas e desventuras de ter uma mamãe como eu, um papai como o seu.
Em pouco tempo você descobrirá as delicias de brincar junto, de dividir o refrigerante, de brigar pelo melhor lugar no carro.
Você se sentirá a pessoa mais importante do mundo explicando para o (a) seu (a) irmão (a) que “a quarta-série é muito difícil, mas que se você fizer todos os deveres de casa você consegue passar!” ou que “a professora de ciências parece brava, mas na verdade até que é boazinha”.
E assim vocês crescerão juntos, descobrindo as semelhanças e diferenças, aprendendo a compartilhar e respeitar.
E chegará o dia em que no meio de uma conversa animada ou após deliciosas trocas de confidências, você olhará para este (a) irmão (a) e terá certeza que ele (a) foi o presente mais valioso que o papai e a mamãe lhe deram.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Série "esse não é meu"

Este texto recebi por e-mail. Como sempre, é de “autor desconhecido”.
Eu achei tão lindo e, acima de tudo, tão verdadeiro, que achei que valia a pena compartilha-lo aqui.

“Nós estamos sentadas, almoçando, quando minha filha casualmente menciona que ela e seu marido estão pensando em 'começar uma família'.
'Nós estamos fazendo uma pesquisa', ela diz, meio de brincadeira. 'Você acha que eu deveria ter um bebê?'
'Vai mudar a sua vida,' eu digo, cuidadosamente mantendo meu tom neutro.
'Eu sei,' ela diz, 'nada de dormir até tarde nos finais de semana, nada de férias espontâneas...
Mas não foi nada disso que eu quis dizer. Eu olho para a minha filha, tentando decidir o que dizer a ela. Eu quero que ela saiba o que ela nunca vai aprender no curso de casais grávidos. Eu quero lhe dizer que as feridas físicas de dar à luz irão se curar, mas que tornar-se mãe deixará uma ferida emocional tão exposta que ela estará para sempre vulnerável.
Eu penso em alertá-la que ela nunca mais vai ler um jornal sem se perguntar 'E se tivesse sido o MEU filho?' Que cada acidente de avião, cada incêndio irá lhe assombrar. Que quando ela vir fotos de crianças morrendo de fome, ela se perguntará se algo poderia ser pior do que ver seu filho morrer.
Olho para suas unhas com a manicure impecável, seu terno estiloso e penso que não importa o quão sofisticada ela seja, tornar-se mãe irá reduzi-la ao nível primitivo da ursa que protege seu filhote. Que um grito urgente de 'Mãe!' fará com que ela derrube um suflê na sua melhor louça sem hesitar nem por um instante.
Eu sinto que deveria avisá-la que não importa quantos anos ela investiu em sua carreira, ela será arrancada dos trilhos profissionais pela maternidade. Ela pode conseguir uma escolinha, mas um belo dia ela entrará numa importante reunião de negócios e pensará no cheiro do seu bebê. Ela vai ter que usar cada milímetro de sua disciplina para evitar sair correndo para casa, apenas para ter certeza de que o seu bebê está bem.
Eu quero que a minha filha saiba que decisões do dia a dia não mais serão rotina. Que a decisão de um menino de 5 anos de ir ao banheiro masculino ao invés do feminino no McDonald's se tornará um enorme dilema. Que ali mesmo, em meio às bandejas barulhentas e crianças gritando, questões de independência e gênero serão pensadas contra a possibilidade de que um molestador de crianças possa estar observando no banheiro.
Não importa o quão assertiva ela seja no escritório, ela se questionará constantemente como mãe.
Olhando para minha atraente filha, eu quero assegurá-la de que o peso da gravidez ela perderá eventualmente, mas que ela jamais se sentirá a mesma sobre si mesma. Que a vida dela, hoje tão importante, será de menor valor quando ela tiver um filho. Que ela a daria num segundo para salvar sua cria, mas que ela também começará a desejar por mais anos de vida -- não para realizar seus próprios sonhos, mas para ver seus filhos realizarem os deles.
Eu quero que ela saiba que a cicatriz de uma cesárea ou estrias se tornarão medalhas de honra.
O relacionamento de minha filha com seu marido irá mudar, mas não da forma como ela pensa. Eu queria que ela entendesse o quanto mais se pode amar um homem que tem cuidado ao passar pomadinhas num bebê ou que nunca hesita em brincar com seu filho. Eu acho que ela deveria saber que ela se apaixonará por ele novamente por razões que hoje ela acharia nada românticas.
Eu gostaria que minha filha pudesse perceber a conexão que ela sentirá com as mulheres que através da história tentaram acabar com as guerras, o preconceito e com os motoristas bêbados.
Eu espero que ela possa entender porque eu posso pensar racionalmente sobre a maioria das coisas, mas que eu me torno temporariamente insana quando eu discuto a ameaça da guerra nuclear para o futuro de meus filhos.
Eu quero descrever para minha filha a enorme emoção de ver seu filho aprender a andar de bicicleta. Eu quero mostrar a ela a gargalhada gostosa de um bebê que está tocando o pelo macio de um cachorro ou gato pela primeira vez. Eu quero que ela prove a alegria que é tão real que chega a doer.
O olhar de estranheza da minha filha me faz perceber que tenho lágrimas nos olhos. 'Você jamais se arrependerá', digo finalmente.
Então estico minha mão sobre a mesa, aperto a mão da minha filha e faço uma prece silenciosa por ela, e por mim, e por todas as mulheres meramente mortais que encontraram em seu caminho este que é o mais maravilhoso dos chamados. Este presente abençoado de Deus... que é ser Mãe!”

sexta-feira, 30 de maio de 2008

A volta da calça jeans

Um dos momentos mágicos da vida de uma mãe é o dia em que ela resolve experimentar a velha calça jeans que ficou mofando no armário por meses e, incrivelmente, ela serve!

Lá pelo quarto ou quinto mês de gravidez você nota que a calça está um pouco apertada; você está mesmo ansiosa para exibir a sua linda barriguinha e troca definitivamente a calça jeans por vestidinhos, batas, calças de malha.

Os meses vão passando e, por fim, você já não agüenta nem olhar para os seus lindos vestinhos, que, além do mais, já começam a ficar curtos, assim como as batas. Aquela barriga gigante começa a incomodar e, de repente, você sente enorme compaixão pelas pessoas gordas. Como esses seres conseguem viver com suas enormes panças, andando a passos de tartaruga e se cansando com meio metro de caminhada?

Aí chega o seu lindinho, ou lindinha e, apesar do seu pequenino já estar fora, a barriga continua por lá... Não se assuste se, eventualmente, você pensar ter sido vítima de erro médico. Não, não esqueceram nada dentro de você.

Mas você está muito envolvida com a sua nova função de mãe e decide não pensar neste problema por ora, como também decide não contar quantos dias não sai de casa ou quanto tempo não se arruma para um evento social; afinal, o seu bebê já resmunga no berço e é hora da rotina mamar-trocar fralda- brincar- fazer dormir.

Você se delicia com o seu novo papel de mãe.

Mas chega o dia, entretanto, que você se recorda de que tem outras vidas para viver, que há todo um universo para além da maternidade e, de soslaio, a sua calça jeans olha para você, lá do fundo do armário.

A calça jeans já não é mais apenas uma vestimenta. Ela é um símbolo. Representa tudo o que ficou esquecido por um tempo e que você chegou a pensar que nunca mais teria de volta.

Quando você consegue abotoar o seu bom e velho jeans você se sente a mulher mais poderosa do mundo; porque agora você tem tudo o que ficou pra trás, e ainda tem o pequeno resmungando no berço, enriquecendo sua vida de uma forma antes insuspeitada.

Sim, a volta da calça jeans é um momento mágico, em que se unem as duas, três, quatro, mil mulheres que há em você, todas lindamente vestidas de jeans, prontas para as maravilhosas aventuras da vida – todas elas, porque ser mãe é maravilhoso, mas ser mãe, esposa, profissional, amiga, filha... é muito melhor!

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Série "de mãe para mãe" - viagens

O Nícolas completou 1 ano de idade com um currículo de viagens invejável: 1 viagem de avião para BH; 1 viagem de carro para Araxá; circuito Minas Gerais (Uberlândia - BH - Cel. Fabriciano – BH - Uberlândia), metade avião, metade carro; 2 viagens de carro para Goiânia; outra viagem de carro, desta vez com destino rural (Uberlândia – BH – Sítio Doce Vida – BH – Uberlândia); e, por fim, o ápice da minha loucura de mãe, circuito Estrada Real (Uberlândia – Campinas – Parati – Juiz de Fora – Itabira – BH – Uberlândia, Ufa!). Com tal credencial, me sinto no direito de escrever algumas dicas para viagens com bebês. Anotem:

1 - O mais importante de tudo: nunca, em tempo algum, considere a possibilidade de ficar fora de casa com o seu bebê por mais do que 7 dias. Após 7 dias não há mais roupas suficientes, não há mais fraldas suficientes, não há mais comida suficiente e, principalmente, acabou o seu estoque de boa vontade e disposição para trocas de fraldas na cama e banhos improvisados em banheiras ou piscinas infláveis no chão. Ah! Sem falar que o seu bebê já perdeu até a noção de dia e noite com a total falta de rotina;

2 – Para viagens de carro programe uma parada a cada três horas. Estudos científicos realizados por mim mesma em todas as nossas viagens provaram que este é o tempo máximo que um bebê consegue ficar preso dentro do carro sem iniciar um ataque fulminante de choro capaz de provocar um acidente automobilístico de conseqüências fatais. Portanto, leve a sério esta dica. Se for possível, planeje com antecedência todas as paradas, privilegiando os lugares limpos e, principalmente, com fraldários disponíveis.

3 – De avião ou carro (mas, principalmente, de avião), leve, como bagagem de mão, um kit sobrevivência para um dia inteiro. Isto significa: mamadeiras semi prontas (minha mãe me deu um potinho com divisórias que é o máximo para isto), almoço, jantar e lanchinhos da manhã e tarde (eu amo os potinhos da Nestlé. Tem gente que diz que não é saudável,,, Eu digo que é muito prático!), trocador portátil, fraldas descartáveis, lenços umedecidos, 2 mudas de roupas, casaco para o caso de esfriar, três ou quatro brinquedinhos para distrair o seu picurruxo e todo o seu estoque de brincadeiras.

4 – Dois ou três dias antes de viajar comece a anotar tudo o que você não poderá esquecer de levar. Isso facilita na hora de fazer a mala e evita o esquecimento de coisas essenciais. Coisas fáceis de esquecer, mas importantes: telefone do pediatra, tylenol (ou outro remédio para febre ou dor que o seu pequeno costuma tomar), termômetro.

5 – Aquele bercinho portátil pode ser muito útil. Os berços de hotéis (quanto têm) não são tão confortáveis e os parentes e amigos não são obrigados a terem berços disponíveis para eventuais hóspedes. Se vocês viajam muito vale a pena comprar um. Além do mais ele serve como cercadinho em casa.

6 – Para o banho, uma boa opção são as piscinas infláveis. Elas funcionam como banheira muito bem. (Claro, pelo prazo máximo de 7 dias, quando você começa a ficar definitivamente “descadeirada”).

7 - Comida. Esta sempre é uma parte difícil da bagagem. Quando o bebê é bem pequeno e ainda mama no peito, é fácil. Leve os peitões e está tudo resolvido. Quando começam as papinhas, começam os problemas. Levar papinhas prontas, congeladas, funciona bem se o lugar onde você for tiver frízer e microondas disponíveis. Coloque as papinhas prontas em potes na quantidade exata para uma ou duas refeições e congele. Leve em uma bolsa térmica com bastante gelo. O pote de papinha pronta, da Nestlé, é outra opção. Nesta última viagem levei uma caixa com milhares deles e foram a minha salvação! O Nícolas adora e come na temperatura ambiente. O problema é o pensamento recorrente de que tanta comida artificial não pode fazer bem... Mas, enfim, para viagens a lugares totalmente inóspitos para bebês ainda não descobri nada melhor. Fazer a papinha in loco é possível em poucas situações como, por exemplo, viagem para a casa da mãe ou da sogra. Se for o caso, aproveite.

8 – Não se esqueça da máquina fotográfica para registrar todas as carinhas lindas do seu picurruxo descobrindo o mundo! E aproveite o passeio. As viagens têm outro colorido quando se leva, na bagagem, um pequenino sem alça...

terça-feira, 22 de abril de 2008

Pequeno tirano

Hoje, apenas às 21:00hs consegui jantar, já que antes de dormir o Nícolas “não me permitiu” comer mais do que algumas bolachas e, ainda assim, porque consegui escondê-las debaixo da almofada e fui engolindo, uma a uma, em grandes mordidas, aproveitando os breves momentos em que ele virava as costas; para fazê-lo dormir fui “obrigada” a dar o peito (mesmo depois dele já ter tomado um grande copo de leite) e ficar, em pé, perto do berço, até ele adormecer completamente; tenho que fazer xixi no trabalho, antes de sair, porque quando chego em casa o Nícolas “não permite” que eu saia de perto dele nem para isto; o Nícolas também não deixa que eu use colares grandes (bolas coloridas, nem pensar!) e até o relógio, às vezes, sou “obrigada” a entregar para garantir alguns minutos de sossego.
Hoje descobri que tenho um tirano, de pouco mais de 70 cm, dentro de casa.
Hoje se inicia a revolução do povo oprimido (no caso, eu) por esse tirano-bebê!
Abaixo a ditadura dos bebês! Pelo direito de comer, de fazer xixi, de usar colares, vamos à luta!!